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7 de abril de 2022

Rumo ao continente gelado  

Viajar até a Antártica estava no topo da minha lista de desejos. Consegui realizar esse sonho em uma expedição repleta de natureza, dias gelados, vida animal latente, muito conhecimento e uma boa dose de conforto no novíssimo Minerva  

POR FLAVIA PIRES da ANTÁRTICA  5 MIN

No topo da minha lista de “lugares para conhecer antes de morrer”, brilhava sempre o nome do continente mais esquecido por aí: a Antártica. Apesar do apelo de finalmente firmar os pés no último continente ainda não visitado por mim, sempre surgiam mil e uma razões para adiar minha ida a essa maravilha congelada. E depois de ter finalmente conseguido realizar esse sonho, me pergunto a razão de ter demorado tanto para me deixar levar pelo desejo. 

O comichão da visita à Antártica voltou a me morder durante os tempos pandêmicos: com poucas opções de destinos abertos no mundo, revisitei minha bucket list e decidi mergulhar de vez nas águas geladas (figurativamente, apesar de ter visto de perto alguns mergulhos literais de corajosos russos durante a minha viagem). O primeiro passo, como em muitos dos meus planejamentos, foi uma imersão em produtos culturais que tratassem do Continente Gelado. Fui atrás de tantos filmes, livros e informações sobre expedições à Antártica quanto foi possível. 

Imediatamente surgiu o primeiro fator de decisão sobre a viagem: o período de ida. Para aqueles que são apenas turistas e não membros de uma das estações internacionais de pesquisa baseadas no continente, só é permitido visitar a Antártica durante o verão, em função do congelamento do mar e das condições climáticas mais inóspitas do planeta no inverno. Ou seja: a janela possível para viajar é sempre de dezembro a fevereiro, com uma saída extra eventual no começo de março. As principais opções de embarque nos navios de expedição são Ushuaia, na Argentina, ou Punta Arenas, no Chile. 

Com o ponto de partida decidido, o passo seguinte seria definir as datas. Nesse período do planejamento, me envolvi totalmente em um entendimento mais profundo do destino. Tive como guia o livro Endurance, com os diários de bordo da incrível expedição de Ernest Schackleton à Antártica em 1914. A expedição ficou mais de dois anos isolada na Antártica. A tripulação de 22 homens retornou às Ilhas Georgia do Sul numa aventura épica que ainda é considerada o maior feito náutico de todos os tempos. A leitura inebriante foi o último pontapé para fazer com que a viagem “furasse a fila” entre as minhas mais desejadas e eu focasse em fazer acontecer o mais rápido possível. 

O primeiro obstáculo, assim como na maioria das viagens nos últimos tempos, foi a pandemia. Ainda era muito incerta a possibilidade de ocorrerem normalmente as saídas de cruzeiros na temporada de verão 21/22. Nem as companhias de navegação conseguiam garantir a operação e nem o Chile e a Argentina tinham previsão de abertura para estrangeiros até aquele ponto. Para mim, restou ficar atenta a toda novidade que envolvesse uma chance de viabilizar minha tão desejada expedição. 

Como a sorte está sempre ao meu lado e meus incríveis amigos sempre trazem boas notícias, fiquei sabendo por amigos de fora do Brasil que a companhia de cruzeiros de expedição Swan Hellenic estava prestes a inaugurar uma nova operação para a Antártica com um navio ultra moderno, o incrível Minerva. A empresa britânica opera há 70 anos e é bastante conhecida por seus roteiros fluviais pela Europa. Com um novo grupo no comando, a Swan Hellenic passou a investir no segmento de navios projetados para exploração, alinhando o máximo da tecnologia, do luxo e do conforto para criar experiências inesquecíveis e requintadas de expedição. 

A viagem inaugural do Minerva tinha previsão de saída de Ushuaia na segunda quinzena de dezembro, com uma viagem que englobaria as festas de fim de ano e voltaria no início de janeiro. Meus olhos brilharam com a possibilidade de passar o réveillon na Antártica e pude, finalmente, decidir que fecharia minha lista de continentes visitados com essa chave de ouro.  

Foram dias cruzando os dedos e torcendo com todas as forças para que fosse possível realizar o desejo, e o universo conspirou ao meu favor: com a abertura das fronteiras argentinas para brasileiros e a autorização da temporada de cruzeiros liberada no dia 15 de dezembro, conseguimos embarcar no dia 28. Optei por chegar via Buenos Aires alguns dias antes e curtir a cidade antes de embarcar em um voo fretado de três horas até Ushuaia. É um destino muito perto e bem descomplicado. 

Já no embarque, o encanto foi instantâneo. O imponente Minerva possui apenas 75 cabines e capacidade para 150 passageiros, o que dá todo um toque de exclusividade à experiência. O primoroso projeto de interiores foi idealizado por um escritório sueco, que imprimiu linhas retas e design bastante arrojado no interior do navio. As amplas janelas e os vários deques de observação dão todo o destaque necessário à estrela da viagem: o exterior do navio, as experiências e a natureza. Mesmo assim, as cabines são todas muito espaçosas e com muito conforto dividido em quatro categorias. 

As instruções de segurança tradicionais de qualquer cruzeiro no processo de desatracação foram seguidas por explicações iniciais sobre as atividades no navio e em terra durante os desembarques exploratórios, além de recomendações de roupas a serem usadas nessas ocasiões. Cada passageiro recebe de presente uma parca e uma mochila impermeável, desenvolvidas especialmente para a expedição. O Swan Hellenic também disponibiliza botas impermeáveis de alta performance para empréstimos nas saídas. 

Essa viagem se inicia com dois dias de travessia do mar mais violento do mundo, o famoso Drake. Na primeira noite, ele foi influenciado pela nossa sorte e nos tratou de maneira mais gentil, com um pedaço super tranquilo de travessia. No segundo dia, com ondas um pouco maiores, senti um leve desconforto facilmente remediado por um comprimido simples contra enjoo.  

Foi uma surpresa bem-vinda, inclusive, o fato de esse ter sido o único momento em que precisei me medicar. No geral, costumo ser do grupo que enjoa em barcos, mas o Minerva possui estabilizadores externos laterais de altíssima tecnologia que foram meus melhores amigos durante essa travessia geralmente tão complicada e neutralizaram muito os efeitos do mar agitado, proporcionando um nível altíssimo de conforto, principalmente considerando as condições do mar e o tamanho do navio. 

Durante essa travessia do Drake, todo o tempo é em alto mar e não há desembarques. Os dias são preenchidos com palestras sobre a expedição, nas quais um time de alto nível de guias, biólogos e exploradores dividem um novo mundo de experiências. São aulas sobre regras de segurança dentro do navio, o funcionamento dos desembarques, biologia e vida marinha, além de todo um contexto histórico da região, meteorologia e muitas outras curiosidades. Essas palestras ocorrem em todos os dias da viagem, com uma média de duas por dia. Para mim, a abordagem foi interessantíssima tanto pelos temas quanto pelo conteúdo – riquíssimo e interativo – e pela duração média de quarenta minutos. Elas contaram na minha experiência como um grande diferencial e ponto alto da empresa, com material tão enriquecedor sendo apresentado. 

Mas não apenas de conhecimento e aprendizado é cercado o viajante! A Swan Hellenic tem uma estrutura completa para momentos de descanso entre as expedições ou dias em que condições climáticas adversas acabem cancelando algum dos desembarques: o Minerva possui um lounge principal muito acolhedor e confortável. Ele serve de ponto de encontro, de sede para as palestras e também de base para um bar incrível – com grande variedade de bebidas e drinques – que funciona o dia todo. Também é o local para ouvir música ao piano e até dar uma dançadinha depois do jantar. No mais, o navio possui um spa de alto padrão com menu de tratamentos faciais e corporais La Mer, sauna, uma piscina externa aquecida bem convidativa e uma academia bem equipada. Como outra opção de lazer, também está disponível uma biblioteca com livros, revistas e jogos em ambiente mais privativo. 

A gastronomia é um ponto altíssimo do navio. São quatro refeições ao dia: café da manhã, almoço, jantar e um tradicional five o’clock tea. Em três delas são servidos buffets fartíssimos com muitas opções que atendem todos os paladares e restrições alimentares. Nos dias mais bonitos com brilho do sol, o chef prepara um barbecue com grelhados bem descontraído no agradabilíssimo restaurante do deque, emoldurado por belas paisagens e totalmente diferentes de tudo o que já vimos. Já o jantar é sempre à la carte, com cardápio elegante em quatro tempos, harmonizado com belos vinhos e champanhe. 

Com tanto conforto e possibilidades, o tempo passa em um piscar de olhos e logo se torna possível ver os primeiros blocos de gelo e pequenos icebergs, sinal da proximidade das ilhas mais próximas do continente. Conforme começamos a navegar águas abrigadas, o mar vai ficando muito tranquilo. Vale mencionar que estamos muito ao sul e no verão, portanto, apesar do sol se pôr no horizonte, nunca fica escuro. É muito bonito e diferente, uma atmosfera de paz e sem sinal de nenhum humano até onde se pode ver. 

Terminada a travessia, chegamos ao continente antártico! Eu, muito ansiosa para a primeira expedição e para finalmente colocar os pés no último continente da minha lista, me dirigi ao desembarque rapidamente. Todos as saídas do navio são feitas nos barcos chamados zodiacs, que têm capacidade para até dez pessoas em cada, e todos os grupos são acompanhados por um guia especializado. A emoção de desembarcar e fincar o pé em terra firme pela primeira vez me tomou por completo na nossa exploração do Gerlache Strait, com direito a um hikking no gelo e vistas capotantes do alto da montanha. Pudemos avistar os primeiros pinguins e algumas focas à distância.  

Por dia, são planejadas duas expedições de cerca de duas a três horas de duração, uma na parte da manhã e outra à tarde. É importante ter em mente que, na Antártica, as condições climáticas influenciam sempre em qualquer planejamento, e mudam em uma velocidade impressionante. Isso quer dizer que passeios programados podem não acontecer por causa de alguma mudança repentina no clima. 

A Swan Hellenic tem uma grande responsabilidade ambiental, então somos orientados com algumas regras que precisam ser cumpridas, como manter uma distância de cinco metros dos animais, jamais desembarcar com qualquer alimento e usar o banheiro apenas no navio. 

Uma coisa que me chamou a atenção foi a presença de passageiros jovens no navio. Havia grupos de amigos e casais em torno dos 30 anos, vindos de todas a partes do mundo! A Swan Hellenic aceita crianças a partir de oito anos e havia duas na nossa expedição, que adoraram o programa. Vale salientar que os passeios atendem a todas as idades. Caso você não queira, por exemplo, subir uma montanha no hikking, você pode tranquilamente ficar na base e aproveitar outras atividades.  

Cada dia possui uma programação diferente e ao longo do percurso as paisagens vão mudando a todo instante. A Antártica é bem montanhosa, inclusive um dos sete cumes está lá, o Monte Vinson, com 4.892 metros de altitude. O contraste das montanhas com os icebergs gigantescos e a neve faz realmente do continente um lugar único no mundo, que causa sensações tão únicas quanto. 

Ao longo dos dez dias no continente, fomos explorando uma nova baía, navegando por icebergs surreais e ficando cada dia mais íntimos dos pinguins. Chegamos a ver bem de perto alguns ninhos e o comportamento desses animais tão graciosos e, ao mesmo tempo, desengonçados. Os biólogos passam a orientação de, ao avistar algum animal com chip, fotografar e encaminhar para eles, porque há sites onde é possível disponibilizar a foto e a localização, o que é de grande valia para os centros de estudos dos animais. As baleias são outro destaque da expedição. Estão por todos os lados e é possível avistá-las com facilidade quase todos os dias. 

No geral, posso dizer que risquei a visita à Antártica da minha lista de desejos no melhor estilo possível: uma experiência que me proporcionou crescimento pessoal, aprendizado e um contato muito próximo com a natureza. Tudo isso em um dos locais mais isolados do planeta, em condições tão específicas (quase mágicas!), fez com que o destino se tornasse, sem sombra de dúvidas, um dos top 10 da minha vida.  

 

Dicas quentes 

COMO CHEGAR  

Diversas companhias aéreas oferecem voos de São Paulo ou Rio de Janeiro para Buenos Aires. De lá, você pega um voo até Ushuaia para embarcar no navio e começar sua aventura.  

QUANDO IR  

Os melhores meses para viajar até o destino são de dezembro até fevereiro.  

DOCUMENTAÇÃO  

Brasileiros só precisam ter passaporte válido com no mínimo seis meses para entrada na Argentina.  

Não é mais exigido exame para entrada no país.  

O QUE LEVAR  

O navio oferece aos passageiros uma parka impermeável, um casaco impermeável para usar por baixo, mochila à prova d’água e garrafa térmica. Além disso, você deve levar uma calça impermeável para usar em cima da calça, já que sempre molhamos nos desembarques e nos trajetos dos zodiacs.  

QUEM LEVA  

A companhia oferece diferentes roteiros, entre eles, o Antarctic Peninsula com duração média dez dias e saída de Ushuaia. Valor aproximado de US$9.900 dólares por pessoa.  

Mais informações:  swanhellenic.com 

 *Flávia Pires é blogueira de viagem e já esteve em mais de 77 países.  

@flaviapiresexplora 

Tags DESTAQUEHOME CHAMADAHOME Chile Antártica Punta Arenas Argentina
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