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19 de março de 2021

Idade da Pedra

O estudo das cavernas une o espírito da aventura e a busca do conhecimento científico, aproximando aventureiros, esportistas e acadêmicos numa prática multidisciplinar

POR Feco Hamburger, Edição: Claudia Berkhout 6 MIN

Na década de 1970, o homem percorreu 400 mil km em direção à Lua. Recentemente, veículos-robôs percorreram 80 milhões de km para explorar a superfície de Marte. As sondas espaciais Voyager 1 e 2 atravessaram os limites do Sistema Solar e atingiram o espaço interestelar. E quanto conhecemos daquilo que está logo abaixo de nossos pés? Pouco. As cavernas são caminhos naturalmente abertos para a exploração.

A espeleologia, o estudo das cavernas, é uma prática multidisciplinar. Une o espírito da aventura e a busca do conhecimento científico. Uma atividade coletiva praticada por esportistas, exploradores e acadêmicos. Fendas e abismos são superados com técnicas de escalada. Geólogos, biólogos e químicos, entre outros especialistas, se debruçam sobre os obstáculos no intuito de esclarecer os mistérios da natureza escondidos sob a superfície visível.

Para conhecer um pouco mais desse universo, nossa equipe dirigiu cerca de 400 km, de São Paulo até o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, o Petar, no extremo sul do estado. Entre as pequenas cidades de Apiaí e Iporanga, uma estrada de terra atravessa o centro do parque que compreende a maior área protegida de Mata Atlântica do Brasil. Ali, a natureza exuberante esconde mais de 350 cavernas, rodeadas de rios e cachoeiras de rara beleza.

Sítios paleontológicos e quilombolas enriquecem a experiência da visita.

No bairro de Serra, nas margens do rio Betari, encontramos Harald Adam e Luiz Ramirez, que nos guiaram nessa aventura. Harald, também conhecido por alemão, é espeleólogo com ênfase no esporte e no turismo. Grande conhecedor do Petar, já acompanhou diversas expedições, ajudando cientistas e pesquisadores a desbravar o mundo subterrâneo da região. “Na década de 1980 – lembra Harald –, estávamos mais voltados para a espeleologia esportiva, aquela que explora, descobre e abre caminho para os pesquisadores, que estudam o meio biótico e o aspecto geológico, trazendo à tona a história das cavernas. Abismos, fendas, a suspeita de um buraco que ninguém entrou eram motivos para uma incursão ao centro da Terra.”

Além da prática com fins esportivos e científicos, Harald destaca a importância do turismo ambiental que se consolida na região: “Muitos turistas e estudantes visitam este rico ecossistema e aprendem na prática – e com certa dose de adrenalina – a importância da preservação desse patrimônio natural”. Tamanho foi o entusiasmo com o Petar que Harald comprou um sítio para servir de base às suas explorações, abandonando a carreira no mercado financeiro para iniciar sua trajetória no ecoturismo. Hoje é especialista na concepção e gestão de projetos educativos e corporativos que envolvam a aventura e a natureza.

O Petar está dividido em quatro núcleos: Santana, Caboclos, Casa de Pedra e Ouro Grosso, cada um com seu conjunto de tesouros. No núcleo de Santana, as principais cavernas são Morro Preto, do Couto, Água Suja (que é limpa) e Santana. Nesta última, uma das maiores do Brasil, o rio Roncador percorre seu interior, onde podemos ver esculturas naturais em forma de cavalo, pata de elefante e outros animais que nossa imaginação assim quiser. Aliás, se na mata ao redor a fauna supera mais de mil espécies, no interior das cavernas do Petar os animais são poucos, nenhum que ameace a saúde do visitante.

Para entrar nas cavernas é necessário acompanhamento de guias credenciados da região. Luiz, nosso experiente guia natural de Serra, não perde o impulso e o encantamento com sua profissão. Diz que a cada entrada descobre novos detalhes escondidos nos meandros dos salões cavernícolas. A primeira regra de segurança é simples e objetiva: não ande sem iluminar e olhar o chão à sua frente. Se olhar para cima, pare imediatamente de andar. O capacete, de uso obrigatório, protege dos quase inevitáveis choques com a pedra.

Exemplo do ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, o processo de formação das cavernas se dá ao longo de muito tempo: geólogos estimam que as cavernas calcárias do Petar começaram a se formar há mais de um milhão de anos. A força da água abundante na região, aliada aos minerais ácidos do solo, provoca a erosão progressiva da pedra, abrindo cavidades, dutos e salões de tamanho impressionantes.

Adentrar o subterrâneo é uma experiência estranha e mágica. No espaço absolutamente sem luz de uma caverna, me pergunto que lugar é esse. A resposta é dada pela lanterna: este lugar é como o iluminamos. Volumes e texturas se revelam e desenham um novo espaço a cada mudança da luz. Na busca de compreender o lugar, a sensação é de estar nas entranhas da Terra, quiçá nas entranhas da nossa própria consciência.

Fendas no teto promovem um gotejamento lento e gradual que forma os espeleotemas: estalagmites e estalactites são nomes que aprendemos na escola. As primeiras vão do chão em direção ao teto, as segundas, do teto ao chão. Vê-los ao vivo é impressionante. Mais ainda quando acompanhados de outras formações, como cortinas, represas de travertino e outros nomes sugestivos, esculpidos pela água, pelos minerais e pelo tempo.

Sem sinal de celular na maioria dos lugares do parque, portanto distante da hiperconexão da metrópole, a experiência da caverna nos coloca diante de outros tempos: o tempo geológico das cavernas, o tempo tranquilo de cada dia. O tempo de viver a experiência tão somente, e não é pouco, daquilo que está à nossa frente. Ou escondido embaixo de nossos pés.

Tags CHAMADAHOME São Paulo Iporanga cavernas Alto Ribeira Casa de Pedra Ouro Grosso
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