HomeTOP DESTINOSChile de Norte a Sul: nosso vizinho tem muito a nos oferecer Chile de Norte a Sul: nosso vizinho tem muito a nos oferecer Explore tudo o que o país mais longitudinal do mundo tem de melhor. De esportes radicais, à rica gastronomia, herança indígena e cultura local POR DIDI WAGNER, do chile 8 MIN Muitas vezes pensamos ser preciso viajar para o outro lado do mundo para ter as melhores experiências de viagem. Mas, na verdade, a resposta pode estar logo ali, na ponta do nariz. Um dos nossos vizinhos, nesse complexo e vasto território chamado América Latina, oferece atrações incríveis para turistas, seja você fã de aventura, de gastronomia ou de cultura. Além de ser um verdadeiro quebra-cabeça cultural, com uma forte herança indígena. Mas de quem estamos falando? Mais uma dica: é o país mais longitudinal do mundo, com 6.000 km de litoral ao longo do Oceano Pacífico. Agora ficou fácil, né? Isso mesmo, estamos falando do Chile. Um país que está ao mesmo tempo tão perto do ponto de vista geográfico, mas também tão longe na óptica cultural. Com toda essa riqueza, ele merecia uma homenagem especial. Não à toa, ganhou destaque como o primeiro país latino-americano a ser explorado no programa Lugar Incomum, do Multishow, no ar desde 2006 e apresentado por mim, Didi Wagner. Nossa visita de 18 dias foi compilada em oito episódios, que foram ao ar às segundas-feiras, às 18h, a partir de 3 de agosto de 2020, mas que podem ser acompanhados a qualquer momento no Globosat Play/Multishow Play. Era um sonho antigo desbravar algum país da América Latina. Mas, por uma série de razões, não tinha acontecido ainda. E finalmente conseguimos fazer essa vontade dar certo. Foi uma escolha muito acertada, porque o Chile é um país muito diverso, com cenários únicos e com pessoas interessantes. Chegamos no Chile em um momento bem peculiar, logo depois daquelas manifestações populares que tomaram conta do país. Então, era um momento de certa turbulência social e instabilidade. Mas, mesmo assim, fomos muito bem recebidos. As pessoas foram muito educadas, os motoristas sempre solícitos. Só gente bacana e aberta. Como citei, é um país muito comprido, com longas distâncias de deslocamento, o que tornou necessário utilizar o avião como meio de transporte principal para desbravar de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Santiago e redondezas Saímos de São Paulo com destino a Santiago. Me hospedei no Eco Boutique Hotel Bidasoa, super moderninho, com café da manhã delicioso, amei! Dá para sentir que tem carinho nos detalhes. A apenas uma hora e meia da capital chilena, está Valparaíso, um dos principais centros de street art do mundo, com centenas de grafites. Esse é um passeio muito comum quando brasileiros visitam o país, mas eu nunca tinha feito e estava ansiosa para conhecer. Aproveitamos também para encarar uma aventura de sandboard nas Dunas de Concón, a 130 km de Santiago. Outra atração muito comum no Chile são as vinícolas. Nessa viagem, visitamos uma bem próxima de Santiago, a Santa Rita. Não sou super entendida de vinhos, mas tomei uns muito gostosos e com bom custo-benefício. Além dos vinhos, degustei o famoso Pisco, bebida tradicional de lá que consiste em um destilado de uva. No Mercado Central do Chile, em plena região metropolitana de Santiago, apreciamos a Centolla, típico prato chileno. Um enorme caranguejo que nasce nas profundezas geladas do oceano Pacífico. Por ser uma iguaria é um pouco caro, mas é muito gostoso. Puerto Varas Em um voo de aproximadamente uma hora e meia, fomos de Santiago para Puerto Varas, na região de Los Lagos, onde tive a oportunidade de ver o lado mais radical do Chile. Fiz rafting pelo rio Petrohué. O volume de água estava alto, subimos nos botes e realmente ajudamos ali. Durante o rafting, um dos instrutores me propôs a pular de uma pedra de cinco metros de altura direto no rio, cuja água estava em degelo, em uma temperatura fria. Eu encarei o desafio, subi na pedra e pulei – não sei se estava com mais medo do salto ou da correnteza me levar para a Argentina (risos). Além da diversão, vale destacar o cenário. Um rio de águas cristalinas, de um lado, vegetação, do outro, montanhas com pico nevado. Foi prazeroso observar essa vista de uma natureza preservada e participar de um esporte que também é sustentável, já que nada do rafting ameaça o ecossistema local. Como nem só de aventura vive o homem, também aproveitei para experimentar as cervejas artesanais da cidade. Vamos descer um pouquinho? Vamos para Patagônia? Pegamos um voo de aproximadamente duas horas para Punta Arenas, a cidade base na Patagônia Chilena. Em seguida, viajamos por cinco horas em um carro até o Ecocamp, onde fiquei hospedada. Deu para ter uma noção clara de como a Patagônia é um local de difícil acesso, né? Mas vale a pena. Naveguei de caiaque entre icebergs no Lago Grey e conheci de perto o paredão de gelo do Glaciar Grey, parte do terceiro maior campo de gelo da Terra. Rumo ao extremo Norte do país, rumo ao Atacama Voltamos para Santiago para pegar um voo para Calama, a cidade base do Deserto do Atacama. De lá, percorremos duas horas de carro para ir até San Pedro de Atacama. O Atacama é um lugar muito especial, é o deserto mais árido do mundo. Tem cenários muito peculiares. A própria cidade San Pedro do Atacama é super charmosa, cheia de pousadas e lugares para serem visitados nas redondezas. Tem também o Vale de La Luna, vulcões para escalar, lagoas, salares e os famosos os campos de gêiseres. O hotel era incrível! O Alto Atacama tem uma localização maravilhosa, rodeado por montanhas laranjas, no meio do deserto. A arquitetura é moderna, mas ao mesmo tempo rústica. Eles têm até horta particular e a culinária é super sofisticada. Como se não fossem atrações suficientes, ainda acampei. Do hotel, encaramos uma hora e meia de estrada de terra e finalmente chegamos no meio do nada, um lugar ermo, breu. Me deram capacete com lanterninha, montamos barraca e até fizemos fogueira. Acampei para valer! Diferentemente do Brasil, que é dividido em estados, o Chile é dividido em regiões. A região do Atacama é bem ampla, contemplando quase todo o Norte do país. Dentro da região do Atacama, existe a Bahía Inglesa, que seria o litoral do Deserto do atacama. O deserto se estende até o litoral, criando esse lugar de veraneio que funciona essencialmente no verão chileno. Praias de areia branca e mar turquesa, um lugar incomum que faz jus ao nome do programa. Valle del Elqui Voltamos para Santiago e pegamos um voo para La Serena, a cidadezinha de apoio do Valle del Elqui, onde pude observar os anéis de Saturno no céu mais limpo do mundo. E assim foi nossa jornada pelo Chile, que fez jus ao ditado “tudo que é bom dura pouco”. Dicas quentes COMO CHEGAR Voos diários e diretos de aproximadamente quatro horas de duração conectam o Brasil, saindo, por exemplo, de São Paulo e Rio de Janeiro, e chegando a Santiago, a capital chilena. DOCUMENTOS Para entrar no Chile, não há necessidade de visto, apenas de passaporte válido. Além disso, devido ao momento de pandemia do novo coronavírus, também é exigido a apresentação de teste PCR negativo para Covid-19 obtido até 72 horas antes da chegada ao país, bem como preencher uma declaração com detalhes de origem, destino e estado de saúde IDIOMA E MOEDA A língua oficial é o espanhol e a moeda local é o Peso Chileno. O QUE FAZER Visitar a capital, Santiago, e aproveitar para explorar as redondezas, como a vinícola Santa Rita, Valparaíso e as Dunas de Concón. Para os mais radicais, vale fazer rafting pelo rio Petrohué, em Puerto Varas. Além disso, desbrave a incrível Patagônia, navegando de caiaque entre icebergs no Lago Grey e conhecendo de perto o paredão de gelo do Glaciar Grey, parte do terceiro maior campo de gelo da Terra. E claro, não se esqueça de passar pelo Atacama, o deserto mais árido do mundo, com seus vulcões, lagoas, salares e os famosos campos de gêiseres. Por fim, que tal observar os anéis de Saturno no céu mais limpo do mundo, no Valle del Elqui? ONDE FICAR Em Santiago – Eco Boutique Hotel Bidasoa | hotelbidasoa.cl No Atacama – Hotel Alto Atacama | altoatacama.com * Didi Wagner é apresentadora do programa “Lugar Incomum”, no Multishow, no qual viaja a lugares inusitados e divide com o público dicas e curiosidades de cada destino. @didiwagner