• MUNDO TOP
  • TOP MAGAZINE
  • TOP DESTINOS
  • TOP CARROS
  • STUDIO MUNDO TOP
  • BRANDED CONTENT
Mundo TOP
  • Pessoas
    • Comportamento
    • Ensaio
    • Festas
    • Making Of
    • Perfil
  • Lifestyle
    • Decor
    • Design
    • Drinks
    • Gastronomia
  • Cultura
    • Música
    • Filme
    • Séries
  • Beleza
  • Moda
  • Esporte
  • Edições
  • Home
  • TOP Magazine
  • Lifestyle
  • Café Gourmet
7 de dezembro de 2020

Café Gourmet

POR Kike Martins da Costa Fotos Fernando Casado 5 MIN

Em 2015, o estudante de design Fernando Casado decidiu que o seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) na Universidade Estadual de Maringá seria a conversão de uma moto Honda CG 125 em uma Café Racer totalmente reversível ao seu estado original.

O resultado não só lhe rendeu o diploma como também lhe trouxe fama no Brasil e no exterior, entre aficionados por customização de motocicletas. Na britânica Racer TV, a moto foi apresentada como “The Perfect CG”. No grupo Café Racer Brasil, os mais de 40 mil internautas que compartilham novidades desse segmento ficaram de queixo caído com essa pequena joia.

A moto criada por Casado tem uma pegada diferente da maioria das Café Racers que circulam por aí. Sua proposta foi criar um kit de customização de luxo para motos de baixa cilindrada para provar que as pequenas também merecem tudo do bom e do melhor. Em sua cabeça, o designer tinha ainda outros objetivos com seu projeto: criar uma Café Racer carenada, feroz, classuda e que pudesse voltar à sua configuração original com o mínimo esforço. Ou seja, nada de cortar e soldar. Todas as peças usadas na customização são removíveis e parafusadas. Para motos do dia a dia como a CG 125, essa foi uma sacada genial, já que toda moto customizada perde valor de revenda e, neste caso, se o proprietário quiser retornar a moto à sua forma original para não perder dinheiro na hora de passá-la adiante, essa reconversão fica bem mais fácil.

“Sempre fui fissurado por coisas antigas e, quando comecei a analisar as possibilidades de como conciliar o meu interesse pela customização de motos com o meu trabalho da faculdade, comecei a ler a história das Café Racers. Achei o conceito muito interessante e decidi que estava na hora de fazer meu próprio projeto”, conta Casado.

As Café Racers nasceram no início dos anos 60 em Londres, onde os Ton-Up Boys (jovens da classe média trabalhadora) usavam suas motos turbinadas para apostar corridas entre pontos de encontro populares naquela época, como o Busy Bee Café em Watford e o Ace Café em Stonebridge. As motos ganharam o status de símbolo de rebeldia, liberdade e velocidade.

Por definição, uma Café Racer é uma motocicleta leve e potente otimizada para velocidade, e não para o conforto. É perfeita para corridas rápidas e viagens de curta distância. Com visual que remete às motos usadas em Grand Prix do início dos anos 1960, as Café Racers se diferenciam das motocicletas convencionais por seu layout mais agressivo, com guidão esportivo, rabeta com design arrojado e tanque de combustível de alumínio ­— muitas vezes sem pintura.

Além de serem leves, com motor mexido e suspensão alterada, as Café Racers em geral possuem uma ergonomia especial: o guidão é rebaixado e estreito e os apoios para os pés na parte traseira permitem que o piloto “se ajeite” de modo a reduzir a resistência ao vento e melhorar a condução. Os garfos e o motor eventualmente podem ser cobertos por carenagens.

Mas no projeto de Fernando Casado nem todas essas características estão presentes. Esta é a beleza da customização: cada moto é única, cada criação tem as suas peculiaridades. “Para começar a dar forma à minha Café Racer, comprei uma CG 125 ano 1982, e a escolha dessa moto para o projeto foi pelo fato de esse modelo ser um marco na história da Honda Motorcycle. A CG sempre foi uma motocicleta urbana muito competente, econômica, de fácil manutenção, além de possuir um visual que sempre me agradou muito”, conta o designer. Lançada em 1976, ela teve mais de sete milhões de unidades fabricadas nos seus quase 43 anos de estrada ­— e ruas também! Sua produção foi descontinuada em janeiro de 2019.

“As linhas do tanque e do quadro possuíam as características que eu buscava para um projeto de customização. Minha ideia sempre foi fazer uma Café Racer como se ela tivesse sido desenhada pela Honda originalmente nos anos 1980, portanto optei pela pintura e faixas originais, com detalhes em cromo, além de detalhes que remetiam à época. Alguns acessórios eu tive de importar, mas a maioria das peças foram fabricadas por mim no laboratório de prototipagem da Universidade de Maringá. O que eu não pude fazer, encomendei em alguma oficina e fui lá produzir junto com o dono da ferramenta ou máquina que eu não tinha”, completa.

Fernando conta que todo o processo de transformação de sua motoca antiga em uma linda Café Racer demorou aproximadamente dois anos. Poderia ter sido um tempo bem menor, mas ele quis executar pessoalmente todo o trabalho, acreditando que isso faz parte da cultura dos Ton-Up Boys londrinos.

“Minha inspiração para deixar a CG mais musculosa e requintada foi a Honda CB 750 Four, que é bem maior, mais robusta e mais furiosa, mas tem um desenho elementar e muito bem resolvido”, explica o designer. Sua maior dificuldade na fase de definir as alterações foi para encontrar as proporções perfeitas para os novos componentes e todo o conjunto. O design original da Honda CG 125 é extremamente básico, mas muito harmônico. E é aí que salta aos olhos a genialidade da Café Racer criada por Fernando: as linhas de sua CG customizada ficaram ainda mais limpas, simples e, ao mesmo tempo, elegantes!

O banco de couro é mais curto e baixo, a rabeta de fibra tem linhas que parecem ser um prolongamento do tanque, o guidão tipo morcego tem manoplas old school com espelhinhos retrovisores acoplados nas suas pontas, a carenagem que envolve o farol na parte dianteira acrescenta um toque de esportividade e agressividade ao modelo, os escapamentos tipo megafone parecem ter sido dimensionados mais apropriadamente do que os originais, as setas dianteiras e traseiras (importadas da China) são tipo bullet, os pneus de perfil baixo têm um toque retrô e o carburador é coberto por uma peça desenhada pelo próprio Fernando e produzida na impressora 3D de sua faculdade. E a Café Racer paranaense tem até peças que o designer adquiriu em uma loja de componentes para máquinas agrícolas: os amortecedores dianteiros são revestidos com segmentos de mangueira própria para colheitadeiras de soja!

“A experiência com esse projeto foi muito enriquecedora pra mim, pois passei a entender a forma que o design era aplicado nas motocicletas de época e ainda aprendi a trabalhar com diversos tipos de materiais e processos, como modelagem em fibra de vidro, solda e serralheria. Foi também uma oportunidade para eu me familiarizar ainda mais com a manipulação de componentes elétricos e mecânicos de uma moto”, avalia Fernando.

Depois dessa primeira experiência customizando CGs 125, Casado turbinou uma Hondinha S90 1972, que ficou também uma beleza. Sua mais nova criação é uma Harley-Davidson 883R. “Nesse projeto, acabei criando uma moto menos clássica e mais ‘caixuda’. Não sei se os harleyros mais tradicionalistas vão curtir…”, avisa.

Para conhecer essas e outras criações desse jovem designer, acesse seu perfil embehance.net/fernandocasado.

Tags DESTAQUEHOME
publicidade

Related News

Roteiro
Caminhando sobre as camadas de Istambul
Aventura
Um planeta dentro da Terra
Pelo Mundo
Muito além da lua de mel
Pelo Brasil
O “deserto” brasileiro é logo ali

  • .
  • TOP MAGAZINE
  • TOP DESTINOS
  • TOP CARROS
  • STUDIO MUNDO TOP
  • BRANDED CONTENT
  • ANUNCIE
  • ASSINE
  • CONTATO

Copyright © 2021 Editora Todas As Culturas LTDA.

  • Please assign a menu
  • Lost Password Back ⟶
  • Login
  • Register
Lost Password?
Registration is disabled.